terça-feira, 16 de setembro de 2008

Maison Martin Margiela - 20 anos




Os 20 anos da Maison Martin Margiela estão sendo comemorados a partir de hoje, dia 12, com uma exposição no Mode MuseumFebre da Faculdade de Antuérpia, onde ele estudou. De acordo com informações do próprio museu, a mostra não é uma retrospectiva convencional, pois traz peças de diversas coleções, relaciona desfiles e outras exposições, traz imagens das lojas e escritórios em diversos países, aborda informações sobre seu estilo e também sobre a política de comunicação da marca. Martin Margiela nasceu em Limburgo, na Bélgica, em 1959. Ele se formou na Royal Academy of Fine Arts, em Antuérpia, escola que mais tarde atingiria fama mundial ao formar o grupo conhecido como The Antwerp Six na década de 80, com Dries Van Noten e Ann Demeulemeester entre seus componentes. Juntamente com esse grupo, Margiela foi o responsável por reforçar a estética belga, onde conceito e modelagem são essenciais, predominando o trabalho com técnicas de moulage e desconstrução. Vale dizer que todas essas características foram retomadas nas passarelas da última temporada das semanas de moda de prêt-à-porter feminino. Em 1984, ele foi para Paris trabalhar como assistente de Jean Paul Gaultier, de onde saiu para lançar sua própria marca, um ano mais tarde. Em 1988, fundou a Maison Martin Margiela, que este ano celebra duas décadas. Durante sete anos, entre 1997 a 2003, Margiela atuou ainda como diretor de criação da Hermès, afastando-se em 2003 para dedicar mais tempo à sua marca. A Maison Martin Margiela foi comprada pelo grupo Diesel em 2002, permitindo expandir a marca, abrir lojas em Tokyo, em Osaka, no Japão, em Los Angeles e Milão. As peças Margiela possuem etiquetas brancas ou com pequenos números, que surgiram a partir da amplificação da gama de produtos. Cada etiqueta representa uma linha. Por exemplo: ‘10’ é para roupas artesanais femininas; o prêt-à-porter feminino manteve etiqueta totalmente branca; ‘22’ representa a linha de calçados, e assim por diante. Suas etiquetas peculiares são sustentadas com quatro pespontos e vêm sempre costuradas nas costas. Entram no repertório, bainhas aparentes, ombros enfatizados, predileção pelo branco, a construção de roupas a partir de peças de segunda mão na linha artesanal, além da famosa Tabi boot inspirada na meia japonesa que esteve presente em todas as coleções da marca desde o início de sua comercialização em 1995. Pouco se sabe de sua vida particular, pois sempre preferiu o backstage dos desfiles à exposição pública. Além disso, o estilista não tira fotos e só concede entrevistas por fax, sempre assinadas em nome da "Maison Martin Margiela". Ao mesmo tempo em que prefere não aparecer em público, Margiela revela com prazer as técnicas de construção e pesquisas de suas roupas. Tudo é pensado em unidade, desde a ambientação dos fashion shows, geralmente austeros e minimalistas, passando pelo terno branco que todos os atendentes de suas lojas usam, até o layout do site, que é organizado por pastas, como se a pessoa estivesse acessando o próprio computador pessoal de Margiela.Todas essas ações têm como objetivo voltar a atenção unicamente para a roupa. Por isso as modelos são disfarçadas em seus desfiles, seja pelo cabelo cobrindo o rosto, ou pelos óculos retangulares da marca, que encobrem parte das feições.

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