quinta-feira, 15 de maio de 2008

Foco no pescoço




A silhueta define a estética de uma temporada, permanecendo um bom tempo em voga, até atingir o final do seu ciclo de vida. Tradicionalmente, a cintura tem sido o ponto de partida, moldando as formas de diferentes épocas. No entanto, nas últimas temporadas, as áreas que sustentam a cabeça e emolduram o rosto passaram a ditar o desenho base da forma feminina. Do sucesso dos lenços palestinos desfilados no inverno 2007 (inverno 2008 hemisfério sul) da Balenciaga, até as esculturais golas dos casacos Jil Sander da recente temporada (inverno 2009 hemisfério sul – foto), a região dos ombros, colo e pescoço passou a ser superexplorada, seja com echarpes, lenços, golas ou acessórios. É impossível falar da valorização do pescoço sem lembrar das “mulheres girafa”, encontradas em tribos da África, Tailândia e China. Conhecidas pelo uso de inúmeros aros em volta do pescoço, de latão ou cobre, elas sofrem uma deformação na forma do corpo desde pequenas. Ao contrário do que se pode presumir, não é o pescoço que cresce, e sim os ombros que rebaixam devido ao peso dos aros. Partindo desse conhecimento histórico, identificamos todos os recursos utilizados para concentrar a atenção nessas partes do corpo: as golas, usadas pelos egípcios e no renascimento; lenços, usados pelos dândis e colares, em culturas primitivas. O que se vê atualmente é a ressignificação de cada um desses elementos, ainda que com a mesma finalidade.

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